sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Guia para e-mails de fim de ano



'Tis the season!

Pois é.

Vem chegando o final do ano, todo mundo começa a enlouquecer. Pirar a melancia. Dá aquele desequilíbrio, aquela sensação de que o tempo está correndo e o que estamos deixando para trás além de restos de unhas e cabelos cortados e o ocasional fertilizante?

Nada.

Isso causa uma ansiedade variável em cada um de nós. Alguns cagam e andam. Outros são assoberbados pela estação e a sensação de que TEM QUE FAZER ALGUMA COISA.

Qualquer coisa.

O que é mais fácil que mandar um e-mail para todo mundo que você conhece?

Puta que excelente idéia.

Falando das coisas que você aprendeu durante o ano?

OU, OU, OU ESCUTA ESSA - Quem sabe dando uma de life coach?

Afinal, quem não quer ser visto como aquele cara que SACOU A PARADA? Que entendeu? Que FIGURED IT ALL OUT? Que está lá, no alto da montanha, vestido com seu loungewear de algodão cru, fazendo seu yoga, tomando seu chai latte, com aquela expressão tranquila de quem acabou de sair de uma bela lavagem intestinal?

Então é isso. Mande um email para todos os seus amigos. Despeje a sua sabedoria. Mostre aquilo que 2007 te mostrou. Compartilhe.

Só se certifique de duas coisas:

1) Mande para as pessoas que sabem quem você é.
2) Cuidado para não errar a dose do Zoloft e nem tomar Cialis nas 36 horas anteriores ao escrever o email porque confunde a porra toda dá UMA ZICA DO CARALHO.

Fica aí a dica. E segue abaixo um exemplo do que NÃO fazer.

(Este e-mail pode ser verdadeiro ou não, você escolhe.)

Olá Bernardo, td bem?

Fiz neste ano um exercício mental que mudou minha vida. É difícil de encarar, mas não temos como fugir dele.

Decidi compartilhar contigo, talvez possa agregar.

Faz de conta que, ao terminar de ler este parágrafo, você sofre um ataque do coração fulminante. Isto mesmo, agora, ao terminar esta frase, sem aviso prévio. Pronto, *você morreu*.

Num último lampejo de consciência, você se pergunta:

Faltou dizer algo a alguém?

Esqueci de abraçar alguém?

Qual imagem a família faz de mim?

Quais sonhos esqueci de concretizar?

Que marca indelével deixei no mundo?

Que capítulos faltaram para terminar minha história na Terra?

Como você re-viveria sua vida se tivesse a chance?

Muitas vezes nossas vidas tomam caminhos diferentes daqueles que sonhamos quando éramos crianças. Trabalhamos no ritmo dos outros, orientados pelas prioridades e emergências dos outros, para atingir os objetivos dos outros.

As vezes nós mesmos definimos o sucesso com base em parâmetros enfurnados em nosso inconsciente pelas propagandas e filmes imperialistas. Você sabia que Thomas Edison inventou os eletro-domésticos para dar vazão a eletricidade que sua empresa GE gerava durante o dia (quando as lâmpadas GE estavam apagadas e não havia consumo nos domicílios?). Não é a toa que o sobrinho do Freud revolucionou a publicidade no século XX.

Vivemos quase numa "realidade virtual", criada pelos outros e nos imposta aos pouquinhos, ao longo de muitas centenas anos. E você, onde se enquadra neste plano? Ora, quem se importa com você?

Eu me importo! É por isto que te escrevo. Aproveite o final de ano para refletir:

Quem manda de verdade na sua vida? Pra onde VOCÊ quer levá-la? Que heranças quer deixar pra humanidade (não vale só plantar uma árvore)? Qual o primeiro passo neste sentido? Quando irá realizá-lo? Você vai viver em que ritmo: Da Internet? Do tempo? Do espaço?

Einstein provou que o “passar do tempo” também é uma ilusão inventada pelo Homem, e portanto podemos detonar este pré-conceito. Comece arremessando pra longe o seu blackberry. [iPhones são permitidos]

Toma, aqui está a chance de re-viver sua vida. Pode começar agora!

Muita energia, em boas vibrações.

Forte abraço,

do sempre amigo,
XXXXX X. XXXXX

PS: Talvez você esteja se perguntando: o que diabos o XXXXX tomou para ficar desse jeito? Eu te respondo: um overdose de boas informações. ;o)

Tirei dois meses sabáticos no meio do ano para refletir sobre minha vida e minhas escolhas – foi quando fiz o exercício mental acima. Fiquei sozinho numa casa de praia. De manhã meditava na areia deserta, a tarde vagava com meu Mac na Internet (com wifi e banda larga).

Comecei a garimpar na rede alguns artigos, livros e documentários, novos e antigos. História, filosofia, astronomia, física, biologia, psicologia. Uma boa informação aqui, outra acolá. Um insight leva a outro. Você reflete, analisa, junta as peças, e os fatos se entrelaçam de forma inédita, tecendo uma nova história. Ou pelo menos, uma nova interpretação da história (assim como aconteceu no Iluminismo).

Descobri algumas sacadas sobre a natureza humana, nossa evolução como sociedade civilizada, o impacto da tecnologia e o efeito verdadeiramente viral dos meios de transporte, comunicações e da Internet na transmissão de conhecimento.

Estamos vivendo um momento singular, com oportunidades nunca sequer imaginadas, especialmente para aqueles que sabem que a história se repete em ciclos e compreendem o desdobramentos da revolução digital.

Mas não dá pra contar tudo em um único email. Quem sabe ao longo de 2008 organizo melhor minhas descobertas para que eu possa dividir com você. Você se interessa?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Theme song



Acho que vocês entenderão se eu disser que essa musica tem tocado insistentemente na minha cabeça nas últimas duas semanas.

Mama was queen of the mambo
Papa was king of the Congo
deep down in the jungle
I started bangin' my first bongo
Every monkey'd like to be
in my place instead of me
'cause I'm the king of bongo, baby,
I'm the king of bongo bong.

I went to the big town
Where there is a lot of sound
From the jungle to the city
Lookin' for a bigger crown
So I play my boogie
For the people of big city
But they don't go crazy
When I'm bangin' in my boogie

Cause people like disco
& people like house
That's why they don't applause
When I'm bangin' on my bongo
They say that I'm a clown
Makin' too much dirty sound
They say there is no place
For little monkey in this town

Nobody like to be
In my place instead of me
Cause nobody go crazy
When I'm bangin' on my boogie
But I don't like no disco
& I don't like the house
'cause I'm born to rock
I'm born to pogo

When I'm bangin' on my bongo
All that swing belongs to me
I'm so happy there's nobody
In my place instead of me
I'm a king whithout a crown
Hangin' loose in the big town
& I'm born to rock
I'm born to pogo

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

"¿Por qué no te callas?"



Não é à toa que ele é El Rey.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Ignorância de proporções continentais

A falta de conhecimento do resto do mundo sempre foi apontada como a prova cabal da ignorância dos americanos. Portanto aos números: 54% dos americanos conseguem identificar a França em um mapa. 3% dos brasileiros conseguem fazer o mesmo.

Update: recebi comentários me perguntando de onde vem essa informação, e é da Veja desta semana. Trechos abaixo:
(...)Os pesquisadores abriram um mapa-múndi na frente dos entrevistados (1 000 pessoas, em setenta municípios das nove regiões metropolitanas) e lhes pediram que indicassem onde ficava o Brasil. Somente metade acertou. É isso mesmo: o levantamento mostra que 50% dos brasileiros não sabem localizar o país no mapa. . (...)

A pesquisa do Ipsos tem a força de um soco na boca do estômago nacional. Quase 10% dos entrevistados que passaram por uma faculdade (tendo completado ou não o curso) não sabem que o Brasil se localiza na América do Sul. Esse porcentual sobe para 30% entre os que fizeram o ensino médio (estágio em que um aluno deveria ter estudado geografia durante pelo menos seis anos) e aumenta para 50% entre os que iniciaram o ensino fundamental. (...)

Previsivelmente, o desconhecimento em relação aos outros países é ainda maior. Só 18% dos brasileiros conseguem identificar os Estados Unidos e apenas 3% localizam corretamente a França. Quanto à Argentina, tão citada em piadas futebolísticas, 84% nem sequer desconfiam de que faz fronteira com o Brasil. (...) O dado irônico é que os brasileiros atribuem aos americanos uma grande ignorância em matéria de geografia. Gostam de dizer, em tom gaiato, que os gringos não têm a mínima idéia de como se divide o planeta. Não é bem assim. A mais recente pesquisa sobre o assunto mostrou que 86% dos americanos sabem exatamente onde fica seu país, 81% reconhecem o México, 54% a França e 47% a Argentina. (...)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Today's Fortune

"You have an unusual equipment for success, use it properly."

Ainda não decidi se o Orkut está me elogiando ou me sacaneando.

O patrão enlouqueceu!



Vá lá e se esbalde.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Fazendo uma limpeza

Estou em BH. Fui hoje de tarde numa exposição de quadrinhos com meu filho. Nhé. Nada especial. Um dos eventos que estava rolando quando estávamos lá era um painel. Entrei no auditório e tinha um cara lá zurrando no microfone, falando que o mundo estava perdido porque era comandando por "Doble-vê" Bush, um ex-bêbado que agora era "fundamentalista" e um papa "nazista" que publicava "encíclicas contra a camisinha".

Tirei meu filho de lá rápido antes que fosse tarde demais e fui embora o mais rápido que deu. Cheguei em casa, de noite, dando aquela navegada na internet, nada melhor que ler uma Ayn Rand para dar uma higienizada mental:
"I can say--not as a patriotic bromide, but with full knowledge of the necessary metaphysical, epistemological, ethical, political and esthetic roots--that the United States of America is the greatest, the noblest and, in its original founding principles, the only moral country in the history of the world."
Isso vindo de Ayn Rand - uma judia nascida em São Petersburgo, fugitiva dos comunistas que adotou os EUA como nação. Quer mais?
"[The Native Americans] didn't have any rights to the land and there was no reason for anyone to grant them rights which they had not conceived and were not using.... What was it they were fighting for, if they opposed white men on this continent? For their wish to continue a primitive existence, their "right" to keep part of the earth untouched, unused and not even as property, just keep everybody out so that you will live practically like an animal, or maybe a few caves above it. Any white person who brought the element of civilization had the right to take over this continent."
Ah, delícia. Vou dormir agora e sonhar com um mundo que só tem gente que pensa assim.

P.S.: Atlas Shrugged está fazendo 50 anos. Não li, mas está na lista.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Operators are standing by!



"Many customers are buying one for each side of the bed" - God bless America.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Boa Noite.

Good job.

Sua tarefa da noite é assistir ao vídeo abaixo até decorar a coreografia.

Bom dia.

Bom dia. A sua tarefa para hoje é assistir este vídeo continuamente. Não se distraia nem desvie os olhos da tela. Se lá pela quarta hora seu nariz começar a sangrar, não se desespere - é esperado.

sábado, 13 de outubro de 2007

Até no Google Video

E o Tropa de Elite foi parar até no Google Video. Assisti de novo outro dia.

Tem umas coisas que são tão lugar comum no cinema de Hollywood que quando um filme nacional mostra você até estranha. O filme, por volta da hora em que os aspirantes estão concluindo o curso do BOPE, dá uma acelerada de mil por hora para depois desacelerar antes do clímax final. É uma bobagem, mas são aquelas pequenas técnicas, de domínio do timing de como a história é entregue para o público que separam o joio do trigo. Muito bom.

Perdi.

Deve ser bem velho isso mas não tinha visto ainda. Vamos jogar?

Perdi.

Perdi de novo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tá todo mundo falando, então vou falar também

Fui ver Tropa de Elite sábado passado. Resumindo em uma frase só - é um filme sobre a ambiguidade estúpida que se tornou a questão social do Brasil, mas o filme em si tem tolerância zero com a tal ambiguidade.

O que é é e o que não é nào é. Traficante é bandido. Quem faz negócio com traficante é bandido. Policial é bandido. O BOPE luta para flutuar acima da lama que virou a polícia, mas ainda assim não são nada mais que um bando de bandidos. A elite exerce a a sua culpa social e não consegue nada além de arder cada vez mais no inferno das boas intenções. É uma pedrada na vitrine da hipocrisia que se tornou o Brasil.

Os esquerdinhas, claro, chamam o filme de fascista. Óbvio, porque foi o humanismo vagabundo deles aliado ao pior do populismo (que em vários momentos contou com o endosso deles) que nos trouxe até esse ponto.

E é um belíssimo filme, com as melhores atuações do cinema nacional até hoje. É raríssimo ver um filme nacional em que você não fica constrangido com as atuações.

Vale a pena ver e rever.

Hora da Corrente

A corrente passou e me pegou. Quem mandou foi Freddy.

1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);

2ª) Abra-o na página 161;

3ª) Procurar a 5ª frase completa;

4ª) Postar essa frase em seu blog;

5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;

6ª) Repassar para outros 5 blogs.

.........

O livro: Exodus - Leon Uris.

A frase: "Os nazistas foram recebidos com saraivadas de balas, vindas das trincheiras da ZOB".

Convoco Anna, Ceió, Hiro, Baxt e Eduardo Davis

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Recordar é viver

Acho que este foi o ápice da bizarrice no governo Lula - aquela entrevista que ele concedeu para aquela estagiária em Paris no AUGE do escândalo do mensalão. Foi uma das coisas mais bizarras da história do país PONTO. Ali acho que foi o momento em que deixamos a realidade para trás e que fizemos um pacto silencioso em que tudo daqui pra frente pode, já que tudo isso já PODEU até agora.

Não consigo achar a entrevista no YouTube, se alguém conseguir avise-me. Mas este post do Observatório da Imprensa já conta tudo, além deste artigo onde a COITADA se defende.

Recordar é viver, amiguinhos. Agora veja isso e contraste com agora, quase dois anos depois, a situação de total antagonismo entre o Planalto e a mídia.

domingo, 30 de setembro de 2007

Se souber usar, não vai faltar

Aí estou assistindo televisão no domingo à tarde e caio na MTV onde estavam reprisando o VMB. Como não tinha visto quando passou, e achei que seria uma fonte infinita de embaraço e humor involuntário, resolvi assistir. E durei exatos 10 minutos, que foi o tempo que levei para ver que não ia aguentar.

Mas uma coisa me espantou - e olha que eu não sou de me espantar com muita coisa. A primeira premiação que eu vi foi a do "web hit", seja lá o que for isso. Acho que deve ser alguma porra de melhor clipe do YouTube ou qualquer coisa que o valha. Estamos na era do user-generated content, certo? Ceeerto. Então. Segue-se uma transcrição de memória da cena que eu vi. ÀS CINCO DA TARDE NUM DOMINGÃO, lembre-se.

NO PALCO: VESGO, SÍLVIO e SABRINA SATO

VESGO: [Indistinct chatter] categoria web hits!
SILVIO: [Piada estúpida]
SABRINA: [Monólogo "nossa gente eu sou gostosa mas meio devagar"]
GALERA: U-HUUUUUUUUUUUUUU [docaralhoagentetanoVMBagenteéfodapracaralhooooo]
SABRINA: E o vencedor é...
TODOS JUNTOS: ...VAI TOMAR NO CU!

NO SOFÁ: BERNARDO

BERNARDO: GASP! (Derrama coca-cola na camiseta)

NO PALCO: VESGO, SÍLVIO e SABRINA SATO. Agora acompanhados de MULHER BEIRANDO OS CINQUENTA e TIOZINHO ROQUENROL DE CAVANHAQUE E RABINHO DE CAVALO.

AÚDIO DO TEATRO: Vai tomar no cu / Vai tomar no cu / Vai tomar no cu / bem no meio do seu cu
GALERA: Vai tomar no cu / Vai tomar no cu / Vai tomar no cu / bem no meio do seu cu
MULHER BEIRANDO OS CINQUENTA: (Tomando o microfone, cantando) Vai tomar no cu / Vai tomar no cu / Vai tomar no cu / bem no meio do seu cu

Seguem-se agradecimentos e a música fica tocando insistentemente no background.


Não vou comentar adiante porque me dá muita preguiça ficar discutindo se é apropriado ou não dizer "Vai tomar no cu" na TV às cinco da tarde de domingo. MAS, fica aí a dica, MTV: Com essa FAVELA no poder, no controle do ministério da justiça e do judiciário inteiro, AFIM de METER A MÃO nas nossas liberdades civis e instaurar a DITADURA DO PROLETARIADO, vocês realmente acham que é BOA POLÍTICA ficar municiando esses filhos-da-puta com esse tipo de situação da qual eles TEM QUE PROTEGER AS NOSSAS CRIANÇAS?

Moçada - com esse bando de dementes no poder, todo cuidado é pouco. O lema é LIBERDADE DE EXPRESSÃO: SE SOUBER USAR, NÃO VAI FALTAR.

No Rawsocket....

Você tem ido ao Rawsocket recentemente? Devia. Lá você vai encontrar um post sobre minha rápida ida à Europa nas últimas duas semanas, um cutucão na imprensa de internet americana que escorrega no quiabo ao falar de mobilidade e um conceito novo inventado by yours truly - Eternal September 2.0.

Vai lá ler. Comentários são bem-vindos...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Imprensa é uma bosta mesmo, né?

E outro dia vocês devem ter ouvido falar que o Mantega (depois confirmado pelo Lulão) disse que não dá mais pra ler essa MÍDIA CONSERVADORA (E GOLPISTA). Não tem jeito. Se você quer se informar, tem que ler a Economist. Fair enough, pensei. Resta saber quem lê a Economist pro Lula.

Mantega critica 'análises distorcidas' da economia

Agência Estado O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou hoje o noticiário sobre a economia brasileira, que ele considera pessimista(...) Mantega recomendou aos presentes a leitura do noticiário estrangeiro sobre o Brasil, em especial a revista britânica The Economist (...)


Aí para comprovar que imprensa que não tem Franklin Martins e Tereza Cruvinel no comando é conservadora (e golpista), a Economist dessa semana PASSA UMA RASTEIRINHA NO LULA e o seu MONOTEMA quando fala fora do Brasil - etanol. Os grifos são meus:

Ethanol, schmethanol
Everyone seems to think that ethanol is a good way to make cars greener. Everyone is wrong

(...) when Henry Ford was experimenting with car engines a century ago, he tried ethanol out as a fuel. But he rejected it — and for good reason. The amount of heat you get from burning a litre of ethanol is a third less than that from a litre of petrol. What is more, it absorbs water from the atmosphere. Unless it is mixed with some other fuel, such as petrol, the result is corrosion that can wreck an engine's seals in a couple of years. So why is ethanol suddenly back in fashion? That is the question many biotechnologists in America have recently asked themselves.

(...) But although that is true, the real reason ethanol has become the preferred green substitute for petrol is that people know how to make it—that, and the subsidies now available to America's maize farmers to produce the necessary feedstock. Yet such things do not stop ethanol from being a lousy fuel. To solve that, the biotechnologists argue, you need to make a better fuel that is equally green. Which is what they are trying to do.(...)


Não tem jeito não né. Se você não aparelha a imprensa, olha o que acontece. Você vira as costas e eles te passam uma RASTEIRA dessas. Bando de traíras. GOLPISTAS! Só tem um jeito. Paulo Henrique Amorim para EDITOR DA ECONOMIST JÁ!

P.S.: Leia o artigo inteiro e note como o Brasilsão, cujo futuro está sendo apostado no etanol, não está nem perto e participar das discussões biotecnológicas ao redor do futuro destes combustíveis, mesmo sendo um ponto crucialmente estratégico pra nós. Muito bem, com analfabetos para dar e vender, NOSSO DESTINO É SER UM ENGENHÃO DE CANA MESMO. Cada um com seu cada qual, como dizem por aí.

P.P.S.: De onde conclui-se: o último grupo político que pensou estrategicamente no país foram os militares durante a ditadura. Todo o resto agiu emergencialmente pensando nas eleições que estavam por vir ou na água que estava batendo na bunda.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Comentando o Comentário

Comentário que eu recebi no post do Zé Rodrix abaixo. Para apreciação da vagabundagem mental e desrespeito pelo dinheiro dos outros de um(a) petista:

Caro, me desculpe, mas essa posição do Zé Rodrix é pura hipocrisia, além de outros adjetivos mais escatológicos, que não vale a pena expor. Depois de ser o maior "jingleiro" chapa-branca na época da ditadura ele resolve virar (de público) o cocho onde se alimentou por anos... Podemos falar de várias formas da Lei Rouanet, mas ela possibilitou que vários grupos de arte popular se fizessem conhecidos, bem como espetáculos maravilhosos, idem... Basta ver hoje o "Porto Alegre em Cena", originado e iniciado com esta verba... Sei das dificuldades de se conseguir estes recursos desta forma. De cada 1.000 projetos aprovados, 20 recebem dinheiro. E para isso, muita batalha e muitos "nãos" são ouvidos... Acho que o Sr. Zé Rodrix não tem moral para falar deste assunto.


Não vou comentar o papinho default de ditadura. Não vou dizer o que eu penso de arte popular que não anda com as próprias pernas. Vou comentar só este ponto que me intrigou: "De cada 1.000 projetos aprovados, 20 recebem dinheiro". Então quer dizer que tinham 880 coisas que eram PIORES que o Gatão de Meia Idade?

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

In the air tonight pt2

Dica do amigo unblogged Gustavo. Não esqueça de ver a parte 1.

In the air tonight pt1

Dica do amigo unblogged Gustavo. Não esqueça de ver a parte 2.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Zé Rodrix se recusa a meter a mão no que é seu

Do blog do Bruno Garschagen vem uma notícia das mais inacreditáveis que eu já li, tirada d'O Globo. Leia aí que eu comento depois:

Tem Lei Rouanet? Estou fora

Músico pede para sair de espetáculo com incentivo fiscal

O músico Zé Rodrix, um dos diretores do espetáculo “Rei lagarto”, sobre a vida de Jim Morrison, pediu demissão. Tomou a decisão ao ler, em Gente Boa, que a peça, com estréia marcada para outubro, teria fundos da Lei Rouanet. Ele enviou o seguinte e-mail aos produtores:

"Acabo de descobrir exatamente nos detalhes desta notícia que não vou mais participar do projeto. Vocês conhecem a minha opinião sobre Renúncia Fiscal e Leis de Incentivo. Enquanto isto era um empreendimento privado, no máximo com os patrocínios e os apoios diretos de empresas que se associariam ao empreendimento, eu estava dentro. Infelizmente, ao entrar na jogada da Lei Rouanet, MiniCul etc., ele se torna impossível para mim.

Não acredito que o dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS, e, quando isto se configura, eu saio fora. Investimento deve ser feito com dinheiro real que não prejudique o essencial do país. Impostos devem ter fim específico, e os sustento da arte não é, a mer ver, uma destas essencialidades. Sempre fui um artista que não se privilegiou de nenhum tipo de ligação com estados e governos, em nome de minha própria liberdade. Assim sendo, há que haver em mim algum respeito pelas coisas em que eu acredito. Se entrar nisto, estare negando tudo que é a minha maneira de ser, pensar e agir. No Brasil de hoje, precisamos de investidores conscientes, e não, segundo minha maneira de ver a realidade, de utilizar de maneira equivocada o dinheiro público.

Desejo ao pessoal da produção o máximo de sorte e sucesso possíveis, e sei que serão muito felizes, graças à qualidade artística de todos os envolvidos."


É mole? Eu sei, volta lá e lê de novo. Parece sacanagem. Volta lá, lê de novo. Eu espero.

(...)

É mole? Não tenho outras palavras para descrever - JE SUIS CHOQUÊ. Veja bem, queridão - eu imagino que existam outros artistas que também, sejam, a princípio, contra o ASSALTO À MÃO ARMADA que se tornou a cultura brasileira desde a introdução das leis de renúncia fiscal. MAS DAÍ A SE RECUSAR A ENTRAR NO TREM DA ALEGRIA, ou pedir para sair depois que ele já está em movimento, aí já é demais. Eu achei que ia morrer sem ver isso.

E COMO SE NÃO BASTASSE, ainda escreve uma carta pública mostrando que ENTENDE DO QUE ESTÁ FALANDO e passando um sabão nos estelionatários que estão aí fazendo OBRAS DE ARTE com o seu dinheiro.

Zé Rodrix, eu te amo. Eu estou até emocionado. Você acabou de fazer por merecer o meu dinheiro, sério. Faz favor, meu filho, dá uma passada aqui em casa, passa aqui nesse finde que eu te faço um cheque.

Zé Rodrix, você é meu ídolo.

P.S.: E veja você que eu acho que eu pressentia alguma coisa. Das milhares de músicas no meu iTunes, só umas 50 são brasileiras. E destas, a mais ouvida é da lavra deste cidadão. Coloquei abaixo para a gente ouvir e cantar junto. Zé Rodrix, esta é pra você.



P.P.S.: Quando a esmola é muita o santo desconfia. Essa história é tão inacreditável que tem cara de hoax. Mas enquanto isso: Zé Rodrix, você é o maioral.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Procura-se...

...designer com portifólio sólido, que saiba fazer templates para o Wordpress. Se você se encaixa na descrição, dê um toque!

NMKY

Todo mundo comigo! N-M-K-Y!

Todo o veneno e a malícia do homem finlandês estão neste vídeo. Preparem-se.

domingo, 19 de agosto de 2007

Groovy Dancing Girl

Vamos parar de falar daquele DÉSPOTA CACHACEIRO um pouco - mesmo porque na semana que vem tem julgamento dos mensaleiros no STF e como não vai dar em nada já prevejo "indignação" generalizada.

Mas vamos mudar de assunto e focar em algo que importa. Assista o vídeo acima a cada 15 minutos. É uma receita garantida para mudar o seu humor para melhor.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Multiculturalismo for dummies

Quando Bento XVI veio ao Brasil, ele falou uma série de coisas que causaram vários xiliques dos nossos jornalistas mais progressistas. Tudo o que disse foi corretíssimo, em minha opinião, mas é obvio que as esquerdas tiveram que fazer aquele showzinho de sempre. Uma dessas coisas que o papa afirmou foi, em outras palavras e usando um monte de eufemismos, que a catequização das Américas na verdade fez um favor para os índios - no que eu acredito.

Veja bem: se você tem um bando de "civilizações" campeando pelo continente, guerreando entre si e onde práticas saudáveis como incesto, infanticídio, sacrifícios humanos e canibalismo são lugares comuns, de acordo com o meu grupo mal amarrado de valores que eu costumo chamar de "meu construto moral", o catolicismo foi definitivamente uma melhoria, especialmente para quem estava do sofrendo os atos supramencionados. Lógico que os episódios de genocídio que ocorreram durante o processo não são justificáveis, mas perceba - também não era nada que os nativos não estivessem fazendo uns com os outros há centenas de anos. Os bravos povos nativos das Américas não eram signatários da Convenção de Genebra, if you know what I mean.

Isso, claro, se você quiser colocar colonização e catequização no mesmo balaio, coisa que não necessariamente andam juntas - vide o relacionamento tempestuoso dos jesuítas com a coroa portuguesa, por exemplo. Ou leia um pouco sobre quem foi Bartolomé de Las Casas para entender que colocar a espada na mão da Igreja Católica é coisa de delinquentes intelectuais.

Mas tudo isso é para comentar a reportagem da Veja desta semana sobre a prática livre, leve e solta do infanticídio nas tribos brasileiras mais isoladas, sob as barbas da Funai e provavelmente com a sua anuência, justificada pelo arcabouço teórico da "preservação cultural". Você nem sabia: bebê envenenado e enterrado vivo também é cultura.

Então por isso que digo - de acordo com o meu bom e velho construto moral, uma boa dose de catolicismo não faria mal aos nativos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Caro Presidente Lula

E chega ao Planalto a seguinte cartinha:
Caro Presidente Lula,

Não temos interesse em apeá-lo do governo nesta altura do campeonato. Mas se o senhor tanto insiste, isto pode ser facilmente providenciado.

Um abraço,
Zelite
The plot thickens. Moral da história - o papo de midia má e elite golpista dos petralhas desde a época do mensalão é um exemplo claro de "self-fulfilling profecy", ou "profecia que cumpre-se a si mesma" como dizem los ianquis. Especialmente com os petistas fazendo uma merda atrás da outra.

Ontem o Lula e o PT conseguiram tomar uma surra de pau mole até da Repórteres Sem Fronteira. A capacidade do PT de fazer amigos é assombrosa.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

E por falar em acidentes aéreos.



Se querem ver um filme muito bom sobre o assunto nem precisa ir muito longe: Whisky Romeo Zulu é um filme argentino que conta a história do acidente do vôo LAPA 3142, que caiu logo após decolar do aeroporto Aeroparque Jorge Newbery em Buenos Aires - acidente que guarda até muitas semelhanças com o recente desastre em Congonhas.

Uma das coisas mais interessantes sobre esse filme que é até meio que um spoiler, porque você só descobre isso no final: ele é estrelado, dirigido, produzido e escrito pelo mesmo cara, que está fazendo o papel dele mesmo - um ex-piloto da LAPA. O resultado final é impressionante e é um insider view de todos os componentes que se juntam para parir um acidente.

Fica aí a dica. Se você achar para ver, me avise porque eu também quero ver de novo e só consegui assistir uma vez, por acaso, no Cinemax. Nunca achei para alugar.

****

Por falar em filme argentino, note-se que o cinema dos nossos hermanos tem dado uma homérica surra no cinema do Brasil varonil, produzindo filmes muito mais relevantes que o lixo que eles tem feito com o seu dinheiro aqui. Eu tenho cá as minhas teorias, a saber:

1) O cinema brasileiro só sabe falar de favelado e da ditadura, fora os folhetins água com açúcar da classe média que não são exatamente cinema mas mais uma extensão da teledramaturgia da Globo;

2) O cinema brasileiro adora um pobre e as grandes e reconhecidas obras cinematográficas do Brasil são nada mais nada menos do que uma ode ao pobre - ao contrário dos argentinos que, bons elitistas que são, odeiam pobre.

3) O cinema brasileiro (aliás, toda a indústria do entretenimento brasileira) é um cartório onde só uma panelinha de meia dúzia se dá bem. Qualquer sangue novo que apareça querendo inovar, logo logo é absorvido pelo esquemão de meter a mão no seu dinheiro para cantar as agruras do oprimido.

Por não ter estes problemas (imagino, porém, que deva ter outros, conhecendo a Argentina) a indústria cinematográfica argentina está dando um banho na brasileira, com certeza não na bilheteria, mas pelo menos na qualidade dos filmes.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Troféu delinquência moral 2007

Tem gente que se acha muito esperta. A ABP, Associação Brasileira de Propaganda, vendo toda a discussão ocorrendo na sociedade com relação à nova classificação indicativa do Ministério da justiça e à censura prévia, resolveu pegar carona no bonde e tentar emplacar a sua campanhazinha também, só que por uma causa muito da sórdida.

Veja o vídeo abaixo se você ainda não viu a propaganda nos intervalos da Globo (sim, considerando a veiculação mais o fato que os comerciais são da Giovanni Draft+FCB, correu um dinheiro bom nisso aí):



Sacou? Os delinquentes pretendem colocar propaganda e informação no mesmo balaio, como se a veiculação comerciais de bebidas alcoólicas e remédios sem os avisos regulamentados pelo Ministério da Saúde / Anvisa fosse um direito tão sagrado quanto a liberdade de expressão. Ou seja - desejam elevar a propaganda de cerveja ao status de "comunicação", colocando aí neste balaio, e com a mesma importância, um notíciario ou um capítulo de novela. Ou seja - interferir no conteúdo de uma propaganda é tão "burro" quanto interferir nas notícias que podem ou não serem veiculadas, ou quanto dar a um grupo de "sábios" o direito de decidir o que nossas crianças podem ou não podem ver.

Agora veja bem - isto não quer dizer que eu advogo por um controle central da propaganda por parte do estado etc. etc. Isso é uma burrice, e deve-se sempre prefirir o bunda lê-lê total ao estabelecimento de um comitê no governo para proibir ou liberar qualquer coisa. A indústria deve se auto-regular e seguir regrinhas básicas ditadas por entidades do governo com objetvos específicos - proteger o seu bolso ou a sua saúde, e NUNCA um objetivo abstrato - proteger a inocência das criancinhas, por exemplo.

A ABP ganha o troféu delinquência moral 2007 (e olha que a concorrência é brava) com louvor em dois quesitos: tentando aproveitar o momento no qual o assunto censura está quente, fazendo um cole-e-brinque da regulamentaçào da propaganda como censura e tentando se desvencilhar de uma série de regras que mais protegem a população de tartarugas de desenho animado vendendo cerveja do que realmente prejudicam a indústria da publicidade ou os anunciantes.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Curiosidade cognitiva

Uma das coisas curiosas sobre a forma como o cérebro humano funciona é que tem certas coisas que, uma vez que você VÊ, você não consegue mais DESVER.

Lá e aqui pt. 2

Dois adolescentes de 15 anos invadiram um apartamento de uma mulher em Manhattan e a estupraram repetidas vezes. Lá a justiça decide julgá-los como adultos e a imprensa se refere a eles como "vermin", publicando seus nomes completos. Previsão: 25 anos de cadeia.

Aqui, a gente manda para a Febem, deixa lá até que eles dão um jeito de fugir, e até o pai da vítima chama de "vítima da sociedade" aquele que tirou o que ele tinha de mais precioso. Previsão: Sabe Deus, já que, como o crime saiu na imprensa e causou bafafá, a justiça teve que fazer uma ginástica e mandar a "vítima da sociedade" para um hospício, porque para a cadeia ele não podia ir e se soltassem na rua ia ser aquele Deus nos acuda. Então ou seja - fica lá enquanto der para ficar, depois a gente vê como faz. Afinal, coitado, né?

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Lá e aqui...

... e olha que a França esta *longe* de ser exemplo de qualquer coisa. Do blog do Noblat:
Na manhã de ontem, perto de Grenoble, no sudoeste da França, um ônibus que transportava 50 peregrinos poloneses com destino ao santuário de Notre-Dame de la Salette, nos Alpes, mergulhou no leito de um rio ao trafegar em alta velocidade por uma estrada proibida à passagem de veículos pesados. Morreram pelo menos 26 pessoas, todas anciãs.

Duas horas depois, estavam no local do acidente, a 700 quilômetros de Paris, o primeiro-ministro francês François Fillon e o ministro que cuida das estradas Jean-Louis Borloo. Em seguida, chegou a ministra do Interior Michele Alliot Marie. O presidente da Polônia Lech Kaczynski avisou ao presidente da França Nicolas Sarkozy que viajaria de imediato para visitar os 24 sobreviventes.

Kacczynski desembarcou em Grenoble às 12h45, horário de Brasília. Foi recebido no aeroporto por Sarkozy. Juntos, os dois consolaram os feridos internados no Hospital Geral de Grenoble. De lá, Kacczinski telefonou para familiares de alguns dos mortos. Sarkozy declarou que acompanhará pessoalmente o inquérito para apurar as causas mais do acidente.

domingo, 22 de julho de 2007

Quer entender a crise?

Quer entender a crise atual do país? Leia o Paulo Henrique Amorim. Não há outra fonte mais confiável. Vou colocar alguns quotes abaixo, vocês tirem as suas próprias conclusões:
"O aeroporto de Congonhas é um dos mais seguros do país." (Aqui)

"O JN acompanhou a notícia sobre o laudo com o depoimento de um piloto da TAM que diz que a pista de Congonhas 'não é segura' (...) Então, por que não há centenas de desastres por dia em Congonhas?" (Aqui)

"Na origem do que a mídia conservadora (e golpista) chama de “caos aéreo” ou “apagão aéreo” está o Governo Lula deixar que a Varig fosse privatizada. O fim da Varig e sua compra por uma empresa privada entregaram o comércio da aviação no Brasil na bandeja para duas empresas privadas que ainda precisam provar a sua idoneidade e o respeito ao consumidor. A TAM é o que é – como qualquer passageiro pode comprovar. Antes de tudo, o lucro. O serviço ao passageiro, depois a gente acerta. A Gol, é o que é: as mutretas com o ex-senador Roriz e o dinheiro do BRB falam por si próprios." (Aqui)
Observe a colocação da Varig, um dos maiores trens da alegria da história deste país, sendo colocada em um patamar moral acima da TAM e da Gol.

De onde vieram estes exemplos tem muito mais. Então eu digo - quer entender a crise aérea? Visite o "blog" do Paulo Henrique Amorim todo dia.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Relaxando e gozando no Palácio do Planalto



Olho no lance (gip-gip nheco-nheco):



Que Pan o quê. É no Planalto que estão os verdadeiros campeões. Nunca-antes-na-história-deste-país fomos governados por tal estirpe de patriotas e humanistas. Gente da melhor espécie.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

O plano é simples

O plano dos petistas é simples. Já que Lula é amado pelo hoi polloi e desprezado pela classe média, vamos trucidar a classe média em acidentes aéreos e em assassinatos em sinais de trânsito. Mais alguns anos e os que sobrarem já terão aprendido a ficar de boquinha calada.

Relaxe e descanse em paz.

Também: leia esse post do Nova Corja.

terça-feira, 17 de julho de 2007

A Frase

A frase da semana vem do podcast do Diogo Mainardi:
As vaias no Maracanã não foram organizadas. Isso não quer dizer que, a partir de agora, elas não devam ser.
Que essa merdinha de oposição sem cojones te ouça.

Orkut spam du jour

Recebi um spam do Orkut essa manhã que me deixou, como dizem os cariocas, BOLADO:
PAGO SUAS CONTAS NA INTERNET PELO CODIGO DE BARRAS.

Pago boletos bancarios, contas de Agua, luz, telefone, consorcio.

Custo: De 30% a 50% do valor das contas.
Se alguém me explicar como funciona a falcatrua, agradeço.

domingo, 15 de julho de 2007

Qualquer coisa entre cinco e noventa mil pessoas

Do Noblat, sobre a minha petista favorita, a Soninha:
Quebrou a cara quem reclama do ufanismo de Galvão Bueno e foi assistir a abertura do PAN no canal a cabo ESPN Brasil.

Na hora de uma das seis vaias que saudaram Lula, a comentarista Soninha, vereadora do PT em São Paulo, disparou:

- É uma vaia de umas cinco mil pessoas.

Detalhe: Soninha estava dentro do estúdio da emissora em São Paulo.

O âncora do programa, José Trajano, que transmitia direto do Maracanã, corrigiu:

- Não, Soninha, não são cinco mil. É o estádio inteiro.

Pano rápido.


Nã0 tenho um vídeo da cena da ESPN mas segue a vaia na SporTV. Lindo.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Da Economist:
In an open letter to Catholics in China, Pope Benedict wrote in conciliatory terms about China's state-controlled Catholic church. He also stressed that the church in China had no mission to change the country politically.
Bem que o papa podia falar isso para a CNBB também, para ver se ela passa a se dedicar a assuntos que pertencem à sua própria alçada.

Al Gore Redux: Cada país tem a sua própria cruz para carregar



Daqui.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Aprende aí, fofo

Sente só:

Em protesto contra os EUA, Ivete Sangalo desiste de festival

A cantora Ivete Sangalo resolveu não participar mais do Live Earth, que vai reunir vários cantores simultaneamente em nove países no dia 7 de julho. Segundo a coluna de Bruno Astuto, no jornal O Dia, ela considera "hipocrisia" participar de um evento que tem como fim a luta contra poluição, mas é organizado pelos Estados Unidos - os maiores poluidores do planeta.

A ausência de Ivete foi justificada por Jesus Sangalo, seu irmão e empresário. "Al Gore silenciou quando Bush se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto. Ivete tem uma profunda consciência ecológica e estará sempre pronta para participar de eventos organizados por brasileiros."
Gente de consciência é isso aí, bonitão. Feliz do país que tem pessoas da estatura moral de uma Ivete Sangalo. Fico até emocionado. Em homenagem a ela, vou posto abaixo o maravilhoso comercial de cerveja que ela fez.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

É inútil

Se existe uma coisa que eu fiz este ano e me arrependo foi ter mandando um e-mail para todos meus amigos pedindo que assinassem um abaixo-assinado pela criação da CPI do Apagão Aéreo. Se você recebeu este e-mail, perdoe-me. Foi num momento de loucura no qual eu estava meio desconectado da realidade, achando que eu, você e o resto da meia dúzia nestepaiz que somos alfabetizados o suficiente para receber um e-mail e participar de um abaixo-assinado pela internet poderíamos fazer alguma diferença.

Especialmente quando o caso é o Apagão Aéreo.

Porque veja bem, caro visitante - menos de 10% dos eleitores foram ou serão afetados diretamente por essa lambança. Pouco importa que estes 10% são responsáveis pela manutenção de 90% do PIB - de um jeito ou de outro os gatos pingados vão dar um jeito de produzir e pagar os impostos, que vão ser usados na manutenção da felicidade e satisfação do hoi polloi com o governo. Ninguém se importa.

Note-se, caro visitante, que esses 10%, para todos os efeitos, já não votaram no Lula para começar. Então têm mais é que se foder mesmo.

O mais irritante, aliás, é isso. São as pessoas tanto do lado de lá quanto de cá fingindo que alguém ainda se importa. Por que não absolvem logo o Renan, por exemplo? A meia dúzia que percebe o que está acontecendo não faz a menor diferençã no "greater scheme of things". E a malta está cagando e andando. Que diferença vai fazer? Absolvam logo o Renan, anistiem o Zé Dirceu e parem de fingir que faz alguma diferença no fim das contas.

Porque veja bem - não faz.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Morre Bruno Tolentino, Brasil fica automaticamente 7,28% mais burro

Nunca tinha ouvido falar até há pouco tempo atrás, coisa de pouco mais de um ano. Li muito pouco. O pouco que li gostei. O que percebi foi - é um dos raros intelectuais / autores destepaiz que teve a capacidade de levantar a voz contra a patota. Reinaldo Azevedo fala mais dele aqui e aqui.

A entrevista dele publicada na Veja em 1996 diz tudo. O Brasil ficou 7,28% mais burro, de acordo com meus cálculos. E eu tenho um olho bom pra essas coisas.


Quero meu País de Volta
Por Geraldo Mayrink
Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino, menino carioca de família aristocrática, gosta de dizer que é de um tempo em que rico não roubava. O avô foi conselheiro do Império e fundador da Caixa Econômica Federal e seus tios eram intelectuais, como os escritores Lúcia Miguel Pereira e Otávio Tarquinio dos Santos, além dos primos Barbara Heliodora, a crítica teatral, e Antonio Candido, o crítico literário. Ainda era analfabeto em português quando duas preceptoras, mlle. Bouriau e mrs. Morrison, o ensinaram a conversar em francês e inglês dentro de casa. Tolentino saiu do Brasil em 1964 e, no estrangeiro, ocupou-se de árvores genealógicas de origem erudita. Orgulha-se de ter filhos com mulheres descendentes do filósofo Bertrand Russell e do poeta Rainer Maria Rilke. O mais novo, Rafael, de 8 anos, nascido em Oxford, Inglaterra, onde o pai ensinou literatura durante onze anos, é filho da francesa Martine, neta do poeta René Chair. Bruno publicou livros de poesia em inglês e francês. Em 1994, lançou no Brasil As Horas de Katharina, e no fim do ano passado mais dois, Os Deuses de Hoje e Os Sapos de Ontem — todos ignorados pela crítica, pelo público e pelos curiosos.
Aos 56 anos, já de volta ao Brasil, Tolentino tem feito força para tornar-se herdeiro do embaixador João Guilherme Merchior, intelectual de boa formação e polemista musculoso. Tem conseguido aparecer. Brigou com os poetas concretos, depois com o que considera máquina de propaganda de Caetano Veloso e sua turma. Em seguida, com os críticos literários e os filósofos, elevando ainda mais o tom numa entrevista publicada por O Globo, duas semanas atrás. Fora do país, Tolentino ensinou em Oxford, Essex e Bristol e trabalhou com o grande poeta inglês W.H. Auden. Conheceu celebridades como Samuel Beckett e Giuseppe Ungaretti. Horrorizado com a possibilidade de ver o filho mais novo crescendo em escolas que ensinam as obras de letristas da MPB ao lado de Machado de Assis, abriu fogo contra o que considera o lado ruim de sua pátria, como explica em sua entrevista a VEJA:

VEJA — Por que tantas brigas ao mesmo tempo?
TOLENTINO — Para ver se o pessoal cai em si e muda de mentalidade. O Brasil é um país vital que está caindo aos pedaços. Não quero sair outra vez da minha terra, mas não posso ficar aqui sem minha família, que está na França. Não posso educar filho em escola daqui.

VEJA — Por que não?
TOLENTINO — Foi minha mulher quem disse não. Educar um filho ao lado de Olavo Bilac, última flor do Lácio inculta e bela, que aconteceu e sobreviveu, ao lado de um violeiro qualquer que ela nem sabe quem é, este Velosô, causou-lhe espanto. A escola que ela procurou para fazer a matrícula tem uma Cartilha Comentada com nomes como Camões, Fernando Pessoa, Drummond, Manuel Bandeira e Caetano. O menino seria levado a acreditar que é tudo a mesma coisa. Ele nasceu em Oxford, viveu na França e poderá morar no Rio de Janeiro. Ele diz que seu cérebro tem três partes. Mas não aceitamos que uma dessas partes seja ocupada pelo show business.

VEJA — Qual o problema?

TOLENTINO — Minha mulher já havia se conformado com os seqüestros e balas perdidas do Rio, mas ficou indignada e espantada pelo fato de se seqüestrar o miolo de uma criança na sala de aula. Se fosse estudar no Liceu Condorcet, em Paris, jamais seria confundido sobre os valores do poeta Paul Valéry e do roqueiro Johnny Hallyday, por exemplo. Uma vez entortado o pepino, não se desentorta mais. Jamais educaria um filho meu numa escola ou universidade brasileira.

VEJA — Não é levar Caetano Veloso a sério demais? Ele não é só um tema de currículo, entre tantos outros?
TOLENTINO — Não. Ele está também virando tese de professores universitários. Tenho aqui um livro, Esse Cara, sobre Caetano, uma espécie de guia para mongolóides, e a mesma editora desse livro me pede para escrever um outro, sob o título Caetano Se Engana. É preciso botar os pingos nos is. Cada macaco no seu galho, e o galho de Caetano é o show biz. Por mais poético que seja, é entretenimento. E entretenimento não é cultura.

VEJA — O que você tem contra a música popular?
TOLENTINO — Se fizerem um show com todas as músicas de Noel Rosa, Tom Jobim ou Ary Barroso, eu vou e assisto dez vezes. Mas saio de lá sem achar que passei a tarde numa biblioteca. Não se trata de cultura e muito menos de alta cultura. Gosto da música popular brasileira e também da de outros países, mas a música popular não se confunde com a erudita. Então, como é que letra de música vai se confundir com poesia?

VEJA — O senhor não está ressentido por ele ter assinado um manifesto contra um artigo seu sobre uma tradução do poeta Augusto de Campos? No fundo, parece que o senhor está querendo aparecer à custa deles.
TOLENTINO — Não tenho ressentimento nem ciúme. Nem tenho nada contra quem assina manifesto. Se você vê um amigo seu brigando na rua, o mínimo que pode fazer é ir lá apartar. Foi o que ele fez no caso do Augusto de Campos. Só que assinou um cheque em branco. A princípio, achei que ele tinha entrado de gaiato, e lhe dei o benefício da dúvida, sobre uma questão muito delicada de tradução e de cultura que ele não está capacitado para julgar. Nem ele nem Gal Costa. Que intelectuais são esses? Se os irmãos Campos não sabem inglês, imagine eles.

VEJA — Os poetas e tradutores Augusto e Haroldo de Campos não sabem inglês?
TOLENTINO — Não sabem inglês, nem alemão nem grego. Por exemplo, traduziram Rainer Maria Rilke e criaram a frase "ele tem um pássaro", que é literal, mas que, em alemão, quer dizer que alguém tem uma telha a menos, é meio doido. São péssimos poetas e péssimos escritores. Não sabem absolutamente nada do que alardeiam saber.

VEJA — Por que só o senhor, e não outros críticos, diz essas coisas?
TOLENTINO — Na República das Letras, ainda estamos à espera das diretas-já. A usurpação do poder legal por vinte anos deixou-nos seus legados nas patotas literárias que desde então controlam a entrada em circulação, ou a exclusão pelo silêncio, de livros, autores, obras inteiras. Nas redações dos jornais como nas universidades, prevalece a censura, e o único critério para sancionar uma obra parece ser o bom comportamento do neófito, sua genuflexão aos ícones da hora. Nossa crítica suicidou-se, matando o diálogo, o debate e a polêmica. Mascarados de universitários, esses anõezinhos conseguem dar a impressão de que a inteligência nacional encolheu, de que, em Lilliput, só se sabe da cintura para baixo. Quem já ouviu falar de Alberto Cunha Melo, que vive escondido no Recife, e é nosso maior poeta desde João Cabral? São dele estas palavras: "Viver, simplesmente viver, meu cão faz isso muito bem". Mas José Miguel Wisnik ora é crítico, ora é letrista e compositor, portanto é catedrático. Os violeiros empoleiraram-se nas cátedras, e Fernando Pessoa virou afluente da MPB. Não é à toa que até em Portugal os brasileiros viraram piada. Ouvi uma que provocava gargalhada logo à primeira frase: "Um intelectual brasileiro ia começar a ler Camões quando a banda passou e..." É preciso perguntar dia e noite: por que Chico, Caetano e Benjor no lugar de Bandeira, Adélia Prado e Ferreira Gullar?

VEJA — Por que o senhor acha os críticos brasileiros ruins?
TOLENTINO — O que os críticos disseram sobre meus trinta anos de poesia? Só, desonestamente, que minha poesia é arcaizante e não suficientemente progressista. Que eu, o escritor Diogo Mainardi e — como é mesmo o nome do marido da Fernandinha Torres? — o diretor Gerald Thomas somos figurinhas carimbadas porque somos amigos de gente famosa. Quer dizer, chamam a atenção para a pessoa e não para a obra. E toda pessoa é discutível. Eu sou meio apalhaçado mesmo. A minha biografia é interessante, meio cinematográfica, e assim é como se eu não tivesse escrito nada. Uma espécie de Ibrahim Sued das letras.

VEJA — Mas o que aconteceu com os críticos para que se tornassem tão incapazes, na sua opinião?
TOLENTINO — A crítica brasileira não existe mais. Cometeu um haraquiri muito bem pago. Trocou sua independência por cátedras e verbas. É uma gente venal, vendida, que controla as nomeações para as cátedras, bolsas e verbas. Vão se meter com um maluco como eu? Todos, de Roberto Schwarz a David Arrigucci, foram formados pelo meu primo Antonio Candido, que é um geriatra nato.

VEJA — Caramba... Não sobra nenhum crítico brasileiro?
TOLENTINO — Sobra, evidentemente, Wilson Martins, que não tem lá muito gosto poético, mas enfim...

VEJA — O senhor também não sobra?
TOLENTINO — Em vários sentidos. Não tenho onde escrever. Sou herdeiro, e me considero assim, da combatividade crítica de José Guilherme Merquior. Crescemos e fomos amigos juntos, tínhamos idéias convergentes embora nem sempre coincidentes. Quando ele morreu, em 1991, houve um grande suspiro de alívio entre nossos críticos e poetômanos. Infelizmente, ele era embaixador. Eu não sou embaixador de nada. Essa gente está morta de medo de que eu venha a ter uma tribuna. Não me importa ser celebrado lá fora. Não faço falta lá, há muitos outros como eu. Aqui, com esta independência, cultura, erudição e combatividade, não tem outro que nem eu.

VEJA — Sem embaixada, o senhor vai ser só poeta?
TOLENTINO — Minha obra poética está basicamente terminada. Escrevi poesia por mais de trinta anos e não conheço nenhum outro poeta, além de Manuel Bandeira, que tenha conseguido escrever bem além dessa média. A partir daí, decai. Estou transferindo o meu esforço para o ensaio. Falar, por exemplo, dos males que a ditadura causou ao país me parece cada vez mais um sintoma do que uma causa. É um sintoma do Febeapá, vem no bojo dele. A imbecilidade já crescia. A ditadura simplesmente institucionalizou a falta de respeito pela realidade, pelo próximo, pela legalidade. A verdade foi substituída pela verossimilhança, a literatura, pela imitação da literatura.

VEJA — O senhor poderia dar exemplos disso?

TOLENTINO — Foi Wilson Martins quem levantou essa idéia, ao dizer que as obras de Chico Buarque e Jô Soares eram imitações da literatura. Auden, o Drummond lá dos ingleses, também dizia algo parecido. A gente lia um cara e concluía que ele era muito ruim. Auden discordava, dizendo que ele era muito bom. "Faz a melhor imitação de poesia que já li", dizia. Parecia piada, mas não era.

VEJA — O senhor acha que a imitação é ruim?
TOLENTINO — A imitação da literatura se dá quando se fecha no círculo de ferro na modernidade. Ela obriga o leitor a seguir moda, busca efeito imediato, como se tudo começasse por você, naquele momento. A verdadeira literatura está sempre acuando tudo que a precedeu. Quincas Borba, de Machado, contém toda a novelística russa, e também Balzac. Wilson mostrou com muita acuidade e mordacidade que os romances de Chico são uma reedição do nouveau roman, que já morreu. Agora morreu a última representante dele, Marguerite Duras. Conheci toda aquela gente do nouveau roman, Alain Robbe-Grillet, Michel Butor, e saí correndo. Chato existe em todo lugar, não só no Brasil. Mas Wilson foi injusto com a imitação do Jô. É uma coisa que não pretende ser mais do que aquilo mesmo, divertir.

VEJA — Por que o senhor não vai ensinar o que sabe nas universidades?
TOLENTINO — Só entro numa universidade disfarçado de cachorro ou levado por uma escolta de estudantes. Sou um vira-lata muito barulhento. Não vão me convidar para nada porque eu quero acabar com os empregos e mordomias deles. Quero que eles passem por todos os exames de Oxford para ver se sabem mesmo alguma coisa.

VEJA — Então as universidades não servem para nada?
TOLENTINO — A escola pública desapareceu. A fórmula de sobrevivência do país é a trilogia emprego público, de preferência com aposentadoria acumulada, condomínio fechado e plano de saúde. Esse é o apartheid construído por uma elite analfabeta e totalmente irresponsável que entregou nossa cultura. Nem estou falando da nossa classe média, que tem dinheiro para gastar em boates e shows e sair de lá gargarejando cultura.

VEJA — O senhor tem acompanhado a produção intelectual das universidades brasileiras?
TOLENTINO — O departamento de filosofia da Universidade de São Paulo nunca produziu filosofia nenhuma, não por inépcia ou preguiça, mas por um estranho espírito de renúncia parecido ao espírito de porco. Cultivavam a crença de que só poderia nascer uma filosofia no Brasil "ao término de um infindável aprendizado de técnicas intelectuais criteriosamente importadas", como diz um professor de lá. Mais urgente do que filosofar era macaquear os debates dos "grandes centros" produtores de cultura filosófica. O que significava tomar o padrão europeu do dia como norma de aferição do valor e da importância do pensamento local. Imaginando ou fingindo preservar a mente brasileira de uma independência prematura, o que os maîtres à penser da USP fizeram foi apenas incentivar a prática generalizada do aborto filosófico preventivo. Não espanta que, por quatro décadas, o "rigor" (com aspas) uspiano não produziu outro resultado senão o rigor mortis de uma filosofia que poderia ter sido o que não foi.

VEJA — Mas José Arthur Giannotti escreveu um livro de filosofia, Apresentação do Mundo, que foi muito elogiado...

TOLENTINO — É, ele escreveu um besteirol sobre Ludwig Wittgenstein saudado em suplementos de várias páginas como marco do nascimento da filosofia no Brasil. É uma audácia depois de Mário Ferreira dos Santos, Miguel Reale, Vicente Pereira da Silva e Olavo de Carvalho. Nós temos uma filosofia nativa, isso sem falar da filosofia de cunho religioso, teológico, que eu não vou citar porque sou católico e vão dizer que estou puxando a brasa para a sardinha da Virgem Maria. Passei cinco meses garimpando nas páginas daquele livro e não encontrei nada que não fosse uma leitura do que Wittgenstein acha da dificuldade lingüística de compreender a realidade. Isso a gente já sabe, a partir do próprio Wittgenstein. Uma filosofia nacional não tem nada a ver com isso.

VEJA — Tem a ver com o quê?
TOLENTINO — A cultura filosófica brasileira é quase nula. Nossos professores gastaram décadas lendo Marx, em vez de Husserl. Aqui só dá o tripé Kant, Hegel e Marx. E onde está a grande tradição escolástica que vai de Aristóteles a Husserl? Isso não é lido nem discutido aqui. Mas existe uma filosofia brasileira. Reale e Olavo de Carvalho, que não se formaram em lugar algum, não perderam tempo com essa estupidez. Foram estudar e aprender as tantas línguas que falam. Eu, quando tenho dificuldade com latim, grego ou alemão, é para eles que telefono.

VEJA — O senhor não está exagerando, sendo duro demais?
TOLENTINO — Não. Não passei nenhum dia aborrecido aqui. Sempre encontro gente inteligente. Quando cheguei à Europa, não tive nenhum complexo de inferioridade. É verdade que eu conheci em casa o que o Brasil tinha de melhor. Faço parte do patriciado brasileiro. E não via diferença entre Ungaretti e Manuel Bandeira, só de língua. Era a mesma coisa. Não havia um Terceiro Mundo na minha cabeça. Eu, quando pequeno, conheci Graciliano Ramos e Elisabeth Bishop. Só havia gente dessa categoria.

VEJA — Dá a impressão de que só agora se começou a falar e a escrever besteira no país...
TOLENTINO — O besteirol, se havia, estava lá longe, nos cantos. Hoje ele está no centro. Tem razões mercadológicas, de dinheiro. Os artistas devem ganhar muito, muito dinheiro, para ir gastar em Miami. Só não é possível que esses senhores usurpem a posição do intelectual. Eles são um formigueiro com pretensão a Everest.

VEJA — Não é bom para o país ter um intelectual na Presidência da República?
TOLENTINO — Votei no Fernando Henrique Cardoso porque era uma oportunidade única, desde Rui Barbosa, de ter um intelectual no poder. E o que ele fez na sua primeira entrevista coletiva? Citou Machado de Assis ou Euclides da Cunha? Não. Citou o mano Caetano. Uma coisa tão espantosa quanto Rui Barbosa, se tivesse ganho a eleição, citasse Chiquinha Gonzaga. O Brasil que eu conheci, e do qual me recordo vivamente, era um país de grande vivacidade intelectual, mesmo sendo uma província. Não estou sendo duro com o Brasil. Quero saber quem seqüestrou a inteligência brasileira. Quero meu país de volta.

Duas coisas que me perturbam



Duas coisas que me perturbam na foto acima e no ensaio ao qual ela pertence.

1) A moça é a cara do pai - *calafrio*.
2) Como alguém que não consegue manter a filha vestida quer comandar a economia de um país? No, really.

Desbanque se puder



Estava pensando com meus botões aqui e uma teoria interessante apareceu. Não é sustentada por nenhum fato, mas ainda assim vocês vão ter que provar que eu estou errado. Ok? Vamos lá.

A região nordeste do país tem nove estados. Se houvessem historicamente apenas 3 estados na região, mantendo a mesma área e população totais, hoje o PIB do Brasil seria no mínimo 30% maior, crescendo a taxas substancialmente mais altas.

Isso se explica simplesmente pela diminuição do overhead administrativo histórico (décadas de dinheiro jogados no ralo para manter a máquina administrativa de nove estados ao invés de três), e não só em um nível regional como também em um nível nacional (câmara e senado). Não se esqueçam que o senado tem 3 senadores por estado independente de qualquer outro fator.

Quando se pensa que a região Sul tem nove senadores enquanto o Nordeste tem vinte e sete, bem, só pode haver algo errado aí. Especialmente quando se considera que o PIB per capita do Nordeste é tipo um terço do Sul.

Bem esta é a minha teoria. Não tenho dados para suportá-la. Mas ainda assim desafio-os a desbancá-la.

terça-feira, 26 de junho de 2007

***

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.

***

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.

***

Wanderer, your footsteps are
the road, and nothing more;
wanderer, there is no road,
the road is made by walking.
By walking one makes the road,
and upon glancing behind
one sees the path
that never will be trod again.
Wanderer, there is no road--
Only wakes upon the sea.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Hippy Golf (Don't ask)


Hippy Golf (Don't ask)
Originally uploaded by falameufilho

Esporte praticado com:

1) Uma meia calça
2) Uma batata
3) Uma bola de plástico
4) Cerveja (a gosto)

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Relaxa e goza, fofo

No Estadão:
Durante a solenidade em um hotel de Brasília, no lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007-2010, nesta quarta-feira, 13, a ministra do Turismo, Marta Suplicy minimizou os problemas de atraso de vôos nos aeroportos do País e deu um conselho aos passageiros com problemas em pousos ou decolagens: "relaxa e goza".(...)

A ministra, por sua vez, tentou atenuar os problemas de atraso de vôos nos aeroportos brasileiros. Ao ser questionada sobre o que ela diria aos que não viajam por causa desse problema, respondeu: "relaxa e goza; depois você esquece todos os transtornos". Em seguida, diante do espanto dos repórteres, acrescentou: "Ah, gente, é igual a dor do parto. Depois você nem se lembra", disse a ministra, ao deixar a cerimônia.
Diante de tamanha cara-de-pau, não vou nem comentar. Valeu Freddy e Nova Corja

==========

Update do Nova Corja:
O pior é que, sem querer, Marta Suplicy disse a maior verdade até agora sobre o caos aéreo e, de fato, sobre qualquer coisa que envolva a relação do governo brasileiro com o cidadão. Diz a sabedoria popular que as pessoas devem "relaxar e gozar" em caso de estupro. Ligue os pontos.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A revelação mais decepcionante da semana...



A revelação mais decepcionante da semana foi saber que, quando você vira um megastar com vários blockbusters no currículo e milhões de dólares no banco, você não passa as suas tardes na piscina, cheirando cocaína com meninas de 16 anos de idade. Pelo contrário, você fica na internet discutindo com nerds sobre os filmes que você fez.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Courtesy earplugs


Courtesy earplugs
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Na mesa de cabeceira do meu quarto no Sheraton Libertador em Buenos Aires.

"Caro Hóspede,

Estamos passando por uma reforma para lhe propiciar melhores instalações para seu conforto.
Por favor aceite nossas desculpas por qualquer inconveniente que isto venha a causar. "

Junto com o aviso, dois pares de tampões de ouvido "de cortesia". Algo me diz que não vou dormir muito.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

No Rawsocket....

Ceió explica como fazer Geotagging com o N95 e também tem uma campanha viral super legal da Symbian.

Agora ficou fácil


Agora ficou fácil
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"MESTRES DA LITERATURA BRASILEIRA E PORTUGUESA."

De um lado, Euclides da Cunha. Do outro, Chico Buarque.

É o Brasil de Lula minha gente. É o Brasil das expectativas pequenas. É o Eldorado do mínimo denominador comum. É o pais onde o presidente do senado se defende dizendo que não recebeu dinheiro da "Mende Júnio".

É uma grande nação, com um futuro promissor.

domingo, 27 de maio de 2007

100 Movies, 100 Quotes, 100 Numbers

100 trechos de filmes, numa contagem decrescente de 100 a 1. Incrível.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Pics! Bay Area, Abril 2007

Fotos tiradas pelo Ceió com seu superduper N95.


Ceió causando pavor na população local de clay pigeons, tomando o ocasional esporro do park ranger à sua direita. Santa Clara County Shooting Range. Sim, é um serviço público. God bless America.


Eu posando de badass com a nossa querida companheira dessa produtiva manhã de sábado. Sim, eu preciso de óculos escuros.


Comendo um Shabu Shabu e tomando uma Sapporo no Shabuway, Mountain View.

domingo, 20 de maio de 2007

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Australia!



Um dos melhores diálogos da historia do Monty Python. Pena que é em uma das piores sketches. Está nos primeiros 30 segundos, pode ignorar o resto. Esta é a terceira parte de três desta sketch.
- Now, which is the worst tennis-playing nation in the world?
- Australia!
- No, try again.
- Australia?
- No, try again but say a different place.

Crássico é crássico.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

SAY HELLO TO MY LITTLE FRIEND!



Já virou clássico. O crime em São Paulo está com os dias contados. Nós também temos o nosso Governator.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Tela Viva Móvel


Dei uma palestra hoje no Tela Viva Móvel, um evento legal da indústria de VAS que já está em sua sexta edição. É a segunda vez que eu falo lá, e é sempre uma boa experiência. A platéia é boa e o networking também. A parte mais legal é sempre aquela lição sobre como lidar com a imprensa - sabe aquela frase razoavelmente inflamatória que você falou? They are going to quote you on that. E ainda vai ficar meio esquisito fora de contexto.

6º Tela Viva Móvel
Direito autoral para fulltrack desperta polêmica
15/05/2007, 17h18


Diferentemente dos ringtones - cuja cessão de direitos autorais para reprodução nos dispositivos móveis já foi negociada com as editoras musicais -só agora os integradores começam a procurar essas editoras para estabelecerem um covênio para a fixação do valor do direito autoral para o fulltrack.
Marcos Jucá, diretor da Associação Brasileira de Editoras Reunidas (Aber), explica que as operadoras que já comercializam as músicas não necessariamente incorrem na quebra de direitos autorais porque há acordos específicos. No entanto, só agora é que o mercado começa a se mobilizar para a assinatura desse convênio que vai estabelecer o percentual de receita a ser recolhido pelas editoras musicais. "É muito difícil estabelecer um valor que todos fiquem satisfeitos", disse durante o 6º Tela Viva Móvel que acontece nesta terça, 15, e quarta, 16, em São Paulo.
Esse assunto começa a entrar na pauta das editoras agora, uma vez que a receita dos direitos autorais de ringtones vem caindo a cada ano. Em 2003 foram computados 22 milhões de ringtones baixados, em 2004 foram 62 milhões e em 2005, 75 milhões. "Esse foi o ano de ouro para a gente", afirma Jucá. Em 2006, no entanto, o número de ringtones baixados caiu para 60 milhões, o que se traduz em menos dinheiro para as editoras musicais. Essa queda, na oipinião de Jucá, acontece porque os truetones e as músicas em formato MP3 cada vez mais disponíveis no celular "tiraram a graça" do ringtone.
Para Bernardo Carvalho, da Nokia, channel manager do Forum Nokia Americas, o mercado está caminhando para um modelo onde não haverá proteção do conteúdo, como hoje acontece pelo Digital Right Management (DRM ), por exemplo. "Quando o download de música legal for mais fácil que o ilegal, certamente as pessoas vão optar por comprar o conteúdo legal", disse ele. Helton Posseti - TELA VIVA News

6º Tela Viva Móvel
Para Microsoft, aplicações móveis usarão capacidade dos handsets
15/05/2007, 17h29


A Microsoft aposta na integração entre telefonia celular e Internet, e asim como faz no mundo banda larga, acredita que o modelo que prevalecerá integrará aplicações da rede com a capacidade de processamento dos handsets.
Pensando em melhorar a experiência de navegação da Web para telas e plataformas móveis, a empresa pretende lançar em breve o Deepfish, um browser para celular que coloca no formato da tela do dispositivo móvel qualquer site da internet, permitindo a navegação por meio de zooms na área que se quer pesquisar. O software, que funciona com o Windows Mobile, permite a experiência de navegar por qualquer site, mesmo que não tenha sido formatado para a tela do celular, explica Osvaldo Barbosa de Oliveira, country manager da divisão Microsoft Online Services. O produto está em beta teste e ainda não tem data para chegar ao mercado mundial. Barbosa foi palestrande do 6º Tela Viva Móvel, que acontece nesta terça e quarta (15 e 16), em São Paulo. O evento é promovido pelas revistas TELA VIVA e TELETIME, e discute o mercado de serviços de valor adicionado no Brasil.

Batalha dos browsers

Aliás, a busca por interfaces que aproximem o usuário da web do celular não é só uma preocupação da Microsoft. Também a Nokia aposta em uma plataforma de navegação que não limite o usuário de celular a sites formatados para pequenas telas. Bernardo Carvalho, channel manager do Fórum Nokia Americas apresentou, como conceito de evolução de handsets, a perspectiva de uso de browsers similares aos da web. No caso da plataforma S60, da Nokia, o browser tem como base o código do Safari, navegador da Apple.
Segundo Bernanrdo Carvalho, a tendência é que no celular se reproduzam as experiências de uso de Internet que se tem na banda larga, inclusive com a possibilidade de downloads de conteúdos sem a interferência da operadora ou de integradores. "A tendência é a diminuição do controle sobre a navegação", disse Carvalho, em debate durante o 6º Tela Viva Móvel. Da Redação - TELA VIVA News

O assunto da minha palestra? Resumindo em trinta segundos ou menos: os grandes avanços da tecnologia móvel não vão vir dos fabricantes mas sim dos desenvolvedores que vão construir serviços inovadores em cima das plataformas disponibilizadas pelos fabricantes. A parte que eu não falei: na verdade, a capacidade de inovação dos fabricantes é limitada, aquele que reconhecer isso e souber terceirizar a inovação ganha o jogo. Para carimbar e fazer um show-and-tell eu mostrei estes videozinhos aqui.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

The Great Global Warming Swindle



Good stuff. Para exorcizar a presença do "escoteirão do clima / inventor da internet no Brasil".

Em tempo: Aos 37 minutos tem um trecho de um discurso da Thatcher na época da greve dos mineiros na Inglaterra. Um trechinho de 20 segundos que quase me fez gritar OH YEAH BABY I LOVE IT WHEN YOU TALK DIRTY TO ME DONT STOP PLEASE GOD NO OH PLEASE DONT STOP. Assista.

domingo, 13 de maio de 2007

Entende pra caralho dessa porra

Você sabia que teve uma conferência de Web2.0 em São Paulo? Eu também não. Você sabia que um dos keynotes foi do Paulo Henrique Amorim? Eu também não. Você sabia que o Paulo Henrique Amorim entende pra caralho dessa porra de Web 2.0? Eu também não. Direto blog do evento:
O jornalista Paulo Henrique Amorim fez uma breve apresentação que começou com uma passagem pelo conceito de Web 2.0 e explicações sobre o seu site, hospedado no iG, o Conversa Afiada. Mostrou projetos de colaboração ligados à vídeos, fotos e textos, bem como ferramentas de integração com usuários, como comentários. “Em um certo ponto, internautas começam a dialogar com eles mesmos, ignorando o texto original. Estou ciciado nisso”, disse.

O jornalista acredita que o conteúdo vindo dos usuários deve passar por um filtro de edição para garantir a qualidade do conteúdo. “Há necessidade de editores competentes para controlar o fluxo”, afirmou.

Vamos lá, entende ou não entende PRA CARALHO de Internet esse Paulo Henrique Amorim? Quase o mesmo tanto que ele entende de política. É um guru, meu filho. Não tem pra ninguém não.

Negócio da China



Negoção nesse mundo é ser oprimido. O resto dá trabalho demais.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Quote do dia

Gore Vidal, perguntado o que teria acontecido se Khrushchev tivesse sido assassinado ao invés de Kennedy em 1963:

"Em se tratando de história nunca se pode ter certeza, mas penso que posso dizer com segurança que Aristóteles Onassis não teria se casado com a Sra. Khrushchev".

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Spiderman 3 - Dancing In The Streets

A cena do Homem-Aranha 3 que vale o filme. Foi a grande sacada do diretor - sabendo que não tem como fazer um "Tobey Maguire do mal" convincente, ele optou pelo deboche. Se você ainda não viu o filme, vá. É tão bom quanto os outros dois.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Nationstates.net

Uma das coisas que mais tem me entretido na Internet nos últimos meses é jogar no Nationstates.net. O legal do jogo é que é bem escrito e exíge pouquíssima interação do jogador. Eu entro no site uma vez a cada dois dias, respondo meia dúzia de perguntas e é isso aí. Vale a pena dar uma olhada. Caso queira conhecer meu país, cá estão The United States of Shambafa.

sábado, 5 de maio de 2007

No Rawsocket...

Muito tempo que eu não faço uma cross-promotion aqui, então lá vai: Você pode ir lá e descobrir porque Christian Lindholm é um dos maiores gênios da campo da mobilidade e conhecer 5 motivos pelos quais o iPhone é pior que o Nokia N95.

Ainda bem que eu sou gostosa



Últimas noites em Belo Horizonte antes de voltar para São Paulo. Depois de uma semana nos EUA e outra aqui, acredite ou não, eu estou até com saudades de SP, veja você.

Mas não é disso que eu quero falar. Tava de bobeira aqui em casa, bundei de sair à noite, fiquei zapeando na TV. Assisti a um filme do Mel Gibson da época que a gente não sabia que ele era um louco insano, seguido de um filme bom de nerd e estava me preparando para ir para a caminha quando passo pela Band e estão mostrando uma maquete do Arco do Triunfo. Uma senhora maquete, uma parada foda. Eles estão no Little World, um museu de maquetes, e é o programa do Otávio Mesquita. O segmento está sendo apresentado pela "repórter" Bárbara Koboldt, que é a loira da prancha de surf na foto acima. Nunca a tinha visto até hoje, mas fiquei tão marcado que até decorei o nome.

Bem, e lá está ela, muito interessada pelas maquetes, o entrevistado passa por aqui, passa por ali, ela vai fazendo perguntas e etc. Até que chegam numa das maquetes e o cara fala (estou parafraseando porque não lembro o diálogo, mas dá para ter uma idéia):

- Essa é uma maquete muito bacana, é de uma das sete maravilhas do mundo.
- Ah, legal, o que é?
- São os jardins suspensos da Babilônia etc. (segue explicação de alguns minutos sobre o que eram os jardins etc.)
- Nossa, que máximo, você já foi lá?
- Erm... ah... não

O cara ainda teve a pachorra de explicar que só as pirâmedes do Egito ainda estão de pé das maravilhas do mundo antigo.

Foi mais ou menos por aí que eu percebi que tinha acabado de ficar 7.5% mais burro e decidi vir para a internet.

Bárbara Koboldt, prazer em te conhecer.

P.S. Mudando um pouco de assunto, o Sampaist tem um post sobre o tal museu de maquetes. Parece legal.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Naturalmente totalitários

Curto e no ponto. Pedro Sette Câmara sobre a meia-entrada.

Também não é sensato imaginar que a meia-entrada devesse ser apenas mais regulamentada. Claro que existem filmes e filmes, peças e peças, obras que podem contribuir para a famosa “formação” e outras que nem tanto. Mas quem realmente acha que uma comissão estatal deveria decidir que obras são essas? Ok, claro que muitos brasileiros acham. Mas os brasileiros são naturalmente totalitários. Eles nunca suspeitam do governo; apenas acham que o governo deveria ser imenso sim, e decidir tudo, mas deveria decidir bem. Falta só convencermos São Francisco, Moisés e Abraão a assumir seus lugares na burocracia estatal.


Leia o resto aqui.

Ganha-se uma, perde-se todo o resto

E não é que prenderam o Champinha? Veja você. Já garfaram o cidadão na madrugada. Não foi longe. Também, dizem que pulou um muro de sete metros para fugir da Febem. É meu amigo, Champinha é brasileiro e não desiste nunca. E olha só, de ontem para hoje aconteceu uma coisa mais legal ainda - agora ele tem nome e rosto. Sai Champinha, entra Roberto Aparecido Alves Cardoso. E olha a palhaça aí ó:



Ah, bonito pra caralho. Este é Roberto Aparecido Alves Cardoso, um brasileiro. Tenho cá comigo a impressão que não foi a última vez que vimos este rostinho, hein? Esse aí ainda vai trazer muito orgulho a esta nação. Just watch.

Então, a parte boa é que prenderam o sujeito. Foi a primeira notícia que eu ouvi hoje de manhã, e é uma notícia boa, mas eu, macaco velho de outros carnavais sei que o mérito da captura dele se deve muito mais à estupidez do próprio do que a qualquer trabalho da polícia. Mas, o que importam são os resultados, né gente? Bola pra frente.

Bem, pra frente não né? Porque esse aqui é o bananão. E aqui ganha-se uma, perde-se todo o resto. Como eu disse, esta foi a primeira notícia que ouvi hoje de manhã. A segunda? É que o STF declarou que o porte de armas de uso restrito não é mais crime inafiançável. Assim como o disparo de arma de fogo em via pública. Veja bem, longe de mim querer restringir os direitos do cidadão se defender, mas o porte de armas de uso restrito não é um claro indicativo de que o sujeito é mal-intencionado? Assim como o disparo em via pública, exceto em casos de legítima defesa? E por Deus, nós estamos REALMENTE precisando de um afrouxamento dessas leis, específicamente direcionadas a marginais?

Eu tentei ouvir a justificativa do juiz na CBN, mas aí ele começou a falar das garantias da "constituição cidadã de 1988" e ficou tudo preto e eu quase bati o carro. A palavra "cidadã" é suas variações são a senha de que vão meter a mão no seu bolso, te entubar uma responsabilidade que não é sua ou livrar a cara de um oprimido. Quando eu ouço a palavra "cidadã", that's when I reach for my revolver.