quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Zé Rodrix se recusa a meter a mão no que é seu

Do blog do Bruno Garschagen vem uma notícia das mais inacreditáveis que eu já li, tirada d'O Globo. Leia aí que eu comento depois:

Tem Lei Rouanet? Estou fora

Músico pede para sair de espetáculo com incentivo fiscal

O músico Zé Rodrix, um dos diretores do espetáculo “Rei lagarto”, sobre a vida de Jim Morrison, pediu demissão. Tomou a decisão ao ler, em Gente Boa, que a peça, com estréia marcada para outubro, teria fundos da Lei Rouanet. Ele enviou o seguinte e-mail aos produtores:

"Acabo de descobrir exatamente nos detalhes desta notícia que não vou mais participar do projeto. Vocês conhecem a minha opinião sobre Renúncia Fiscal e Leis de Incentivo. Enquanto isto era um empreendimento privado, no máximo com os patrocínios e os apoios diretos de empresas que se associariam ao empreendimento, eu estava dentro. Infelizmente, ao entrar na jogada da Lei Rouanet, MiniCul etc., ele se torna impossível para mim.

Não acredito que o dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS, e, quando isto se configura, eu saio fora. Investimento deve ser feito com dinheiro real que não prejudique o essencial do país. Impostos devem ter fim específico, e os sustento da arte não é, a mer ver, uma destas essencialidades. Sempre fui um artista que não se privilegiou de nenhum tipo de ligação com estados e governos, em nome de minha própria liberdade. Assim sendo, há que haver em mim algum respeito pelas coisas em que eu acredito. Se entrar nisto, estare negando tudo que é a minha maneira de ser, pensar e agir. No Brasil de hoje, precisamos de investidores conscientes, e não, segundo minha maneira de ver a realidade, de utilizar de maneira equivocada o dinheiro público.

Desejo ao pessoal da produção o máximo de sorte e sucesso possíveis, e sei que serão muito felizes, graças à qualidade artística de todos os envolvidos."


É mole? Eu sei, volta lá e lê de novo. Parece sacanagem. Volta lá, lê de novo. Eu espero.

(...)

É mole? Não tenho outras palavras para descrever - JE SUIS CHOQUÊ. Veja bem, queridão - eu imagino que existam outros artistas que também, sejam, a princípio, contra o ASSALTO À MÃO ARMADA que se tornou a cultura brasileira desde a introdução das leis de renúncia fiscal. MAS DAÍ A SE RECUSAR A ENTRAR NO TREM DA ALEGRIA, ou pedir para sair depois que ele já está em movimento, aí já é demais. Eu achei que ia morrer sem ver isso.

E COMO SE NÃO BASTASSE, ainda escreve uma carta pública mostrando que ENTENDE DO QUE ESTÁ FALANDO e passando um sabão nos estelionatários que estão aí fazendo OBRAS DE ARTE com o seu dinheiro.

Zé Rodrix, eu te amo. Eu estou até emocionado. Você acabou de fazer por merecer o meu dinheiro, sério. Faz favor, meu filho, dá uma passada aqui em casa, passa aqui nesse finde que eu te faço um cheque.

Zé Rodrix, você é meu ídolo.

P.S.: E veja você que eu acho que eu pressentia alguma coisa. Das milhares de músicas no meu iTunes, só umas 50 são brasileiras. E destas, a mais ouvida é da lavra deste cidadão. Coloquei abaixo para a gente ouvir e cantar junto. Zé Rodrix, esta é pra você.



P.P.S.: Quando a esmola é muita o santo desconfia. Essa história é tão inacreditável que tem cara de hoax. Mas enquanto isso: Zé Rodrix, você é o maioral.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Procura-se...

...designer com portifólio sólido, que saiba fazer templates para o Wordpress. Se você se encaixa na descrição, dê um toque!

NMKY

Todo mundo comigo! N-M-K-Y!

Todo o veneno e a malícia do homem finlandês estão neste vídeo. Preparem-se.

domingo, 19 de agosto de 2007

Groovy Dancing Girl

Vamos parar de falar daquele DÉSPOTA CACHACEIRO um pouco - mesmo porque na semana que vem tem julgamento dos mensaleiros no STF e como não vai dar em nada já prevejo "indignação" generalizada.

Mas vamos mudar de assunto e focar em algo que importa. Assista o vídeo acima a cada 15 minutos. É uma receita garantida para mudar o seu humor para melhor.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Multiculturalismo for dummies

Quando Bento XVI veio ao Brasil, ele falou uma série de coisas que causaram vários xiliques dos nossos jornalistas mais progressistas. Tudo o que disse foi corretíssimo, em minha opinião, mas é obvio que as esquerdas tiveram que fazer aquele showzinho de sempre. Uma dessas coisas que o papa afirmou foi, em outras palavras e usando um monte de eufemismos, que a catequização das Américas na verdade fez um favor para os índios - no que eu acredito.

Veja bem: se você tem um bando de "civilizações" campeando pelo continente, guerreando entre si e onde práticas saudáveis como incesto, infanticídio, sacrifícios humanos e canibalismo são lugares comuns, de acordo com o meu grupo mal amarrado de valores que eu costumo chamar de "meu construto moral", o catolicismo foi definitivamente uma melhoria, especialmente para quem estava do sofrendo os atos supramencionados. Lógico que os episódios de genocídio que ocorreram durante o processo não são justificáveis, mas perceba - também não era nada que os nativos não estivessem fazendo uns com os outros há centenas de anos. Os bravos povos nativos das Américas não eram signatários da Convenção de Genebra, if you know what I mean.

Isso, claro, se você quiser colocar colonização e catequização no mesmo balaio, coisa que não necessariamente andam juntas - vide o relacionamento tempestuoso dos jesuítas com a coroa portuguesa, por exemplo. Ou leia um pouco sobre quem foi Bartolomé de Las Casas para entender que colocar a espada na mão da Igreja Católica é coisa de delinquentes intelectuais.

Mas tudo isso é para comentar a reportagem da Veja desta semana sobre a prática livre, leve e solta do infanticídio nas tribos brasileiras mais isoladas, sob as barbas da Funai e provavelmente com a sua anuência, justificada pelo arcabouço teórico da "preservação cultural". Você nem sabia: bebê envenenado e enterrado vivo também é cultura.

Então por isso que digo - de acordo com o meu bom e velho construto moral, uma boa dose de catolicismo não faria mal aos nativos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Caro Presidente Lula

E chega ao Planalto a seguinte cartinha:
Caro Presidente Lula,

Não temos interesse em apeá-lo do governo nesta altura do campeonato. Mas se o senhor tanto insiste, isto pode ser facilmente providenciado.

Um abraço,
Zelite
The plot thickens. Moral da história - o papo de midia má e elite golpista dos petralhas desde a época do mensalão é um exemplo claro de "self-fulfilling profecy", ou "profecia que cumpre-se a si mesma" como dizem los ianquis. Especialmente com os petistas fazendo uma merda atrás da outra.

Ontem o Lula e o PT conseguiram tomar uma surra de pau mole até da Repórteres Sem Fronteira. A capacidade do PT de fazer amigos é assombrosa.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

E por falar em acidentes aéreos.



Se querem ver um filme muito bom sobre o assunto nem precisa ir muito longe: Whisky Romeo Zulu é um filme argentino que conta a história do acidente do vôo LAPA 3142, que caiu logo após decolar do aeroporto Aeroparque Jorge Newbery em Buenos Aires - acidente que guarda até muitas semelhanças com o recente desastre em Congonhas.

Uma das coisas mais interessantes sobre esse filme que é até meio que um spoiler, porque você só descobre isso no final: ele é estrelado, dirigido, produzido e escrito pelo mesmo cara, que está fazendo o papel dele mesmo - um ex-piloto da LAPA. O resultado final é impressionante e é um insider view de todos os componentes que se juntam para parir um acidente.

Fica aí a dica. Se você achar para ver, me avise porque eu também quero ver de novo e só consegui assistir uma vez, por acaso, no Cinemax. Nunca achei para alugar.

****

Por falar em filme argentino, note-se que o cinema dos nossos hermanos tem dado uma homérica surra no cinema do Brasil varonil, produzindo filmes muito mais relevantes que o lixo que eles tem feito com o seu dinheiro aqui. Eu tenho cá as minhas teorias, a saber:

1) O cinema brasileiro só sabe falar de favelado e da ditadura, fora os folhetins água com açúcar da classe média que não são exatamente cinema mas mais uma extensão da teledramaturgia da Globo;

2) O cinema brasileiro adora um pobre e as grandes e reconhecidas obras cinematográficas do Brasil são nada mais nada menos do que uma ode ao pobre - ao contrário dos argentinos que, bons elitistas que são, odeiam pobre.

3) O cinema brasileiro (aliás, toda a indústria do entretenimento brasileira) é um cartório onde só uma panelinha de meia dúzia se dá bem. Qualquer sangue novo que apareça querendo inovar, logo logo é absorvido pelo esquemão de meter a mão no seu dinheiro para cantar as agruras do oprimido.

Por não ter estes problemas (imagino, porém, que deva ter outros, conhecendo a Argentina) a indústria cinematográfica argentina está dando um banho na brasileira, com certeza não na bilheteria, mas pelo menos na qualidade dos filmes.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Troféu delinquência moral 2007

Tem gente que se acha muito esperta. A ABP, Associação Brasileira de Propaganda, vendo toda a discussão ocorrendo na sociedade com relação à nova classificação indicativa do Ministério da justiça e à censura prévia, resolveu pegar carona no bonde e tentar emplacar a sua campanhazinha também, só que por uma causa muito da sórdida.

Veja o vídeo abaixo se você ainda não viu a propaganda nos intervalos da Globo (sim, considerando a veiculação mais o fato que os comerciais são da Giovanni Draft+FCB, correu um dinheiro bom nisso aí):



Sacou? Os delinquentes pretendem colocar propaganda e informação no mesmo balaio, como se a veiculação comerciais de bebidas alcoólicas e remédios sem os avisos regulamentados pelo Ministério da Saúde / Anvisa fosse um direito tão sagrado quanto a liberdade de expressão. Ou seja - desejam elevar a propaganda de cerveja ao status de "comunicação", colocando aí neste balaio, e com a mesma importância, um notíciario ou um capítulo de novela. Ou seja - interferir no conteúdo de uma propaganda é tão "burro" quanto interferir nas notícias que podem ou não serem veiculadas, ou quanto dar a um grupo de "sábios" o direito de decidir o que nossas crianças podem ou não podem ver.

Agora veja bem - isto não quer dizer que eu advogo por um controle central da propaganda por parte do estado etc. etc. Isso é uma burrice, e deve-se sempre prefirir o bunda lê-lê total ao estabelecimento de um comitê no governo para proibir ou liberar qualquer coisa. A indústria deve se auto-regular e seguir regrinhas básicas ditadas por entidades do governo com objetvos específicos - proteger o seu bolso ou a sua saúde, e NUNCA um objetivo abstrato - proteger a inocência das criancinhas, por exemplo.

A ABP ganha o troféu delinquência moral 2007 (e olha que a concorrência é brava) com louvor em dois quesitos: tentando aproveitar o momento no qual o assunto censura está quente, fazendo um cole-e-brinque da regulamentaçào da propaganda como censura e tentando se desvencilhar de uma série de regras que mais protegem a população de tartarugas de desenho animado vendendo cerveja do que realmente prejudicam a indústria da publicidade ou os anunciantes.