segunda-feira, 19 de março de 2007

Religião, etc.

Ateus e ateus, Olavo de Carvalho:
Como tudo o que sabemos é circunscrito e limitado, vivemos dentro de uma redoma de conhecimento incerto cercada de mistério por todos os lados. Isso não é uma situação provisória. É a própria estrutura da realidade, a lei básica da nossa existência. Mas o mistério não é uma pasta homogênea. Sem poder decifrá-lo, sabemos antecipadamente que ele se estende em duas direções opostas: de um lado, a suprema explicação, a origem primeira e razão última de todas as coisas; de outro, a escuridão abissal do sem-sentido, do não-ser, do absurdo. Há o mistério da luz e o mistério das trevas. Ambos nos são inacessíveis: a esfera de meia-luz em que vivemos bóia entre os dois oceanos da claridade absoluta e da absoluta escuridão.
Um papa na contracorrente, entrevista com Luiz Felipe Pondé (thanks Freddy):
Ao divulgar sua primeira exortação apostólica, um documento de 131 páginas intitulado Sacramentum Caritatis (O Sacramento do Amor), espécie de síntese do Sínodo de 2005, o papa mandou ver na caneta. Pregou o retorno do latim e do canto gregoriano na celebração da missa, desqualificou a confissão comunitária, criticou padres que se coloquem como “protagonistas da ação litúrgica”, fincou pé no veto ao aborto, à eutanásia, às uniões entre homossexuais, e comparou a disseminação do segundo casamento entre os católicos a uma “praga social”.