
Vejo com muitas suspeitas esse negócio de envolver o exército em questões internas do país, mas o nível da eficiência é notável. Veja essa matéria do Estadão:
Cerca de 500 famílias começaram ontem a desocupar uma área de 15 mil hectares pertencente ao Exército, entre os municípios de Papanduva, Três Barras e Canoinhas, norte de Santa Catarina. Invadida na manhã de domingo pelo MST, a área vem sendo reivindicada pelos sem-terra desde a década de 60.
Segundo relato do líder Lucídio Ravanello, os militares fizeram ameaças e até usaram o sistema de alto-falantes para intimidar os invasores. “Eles colocaram soldados de dez em dez metros e botaram cinco tanques a rodar em volta das barracas. Eu nunca tinha visto isso, nem em filme. Nós resolvemos sair em paz para evitar violência”, disse.(...)
"Nós resolvemos sair em paz para evitar violência" é um belíssimo eufemismo. Seria interessante se houvesse respeito à propriedade privada no Brasil e cada pedaço de terra fosse tratado com o respeito que essa propriedade do exército recebeu. O MST ia ser uma questão menor. Como estamos no país do ninguém é de ninguém, temos que conviver com estes canalhas. Exceto, claro, se você é o exército. Por que aí você tem tanques e tanque é bom porque manda uma mensagem claríssima. Quando vêm os tanques, acaba a ambiguidade. E como disse, ainda que eu seja bastante desconfiado do uso das forças armadas para isso, se os tanques não servem para defender a propriedade e o estado de direito, então servem para quê?